Navios: há 500 vagas de emprego a bordo - Site Japeri Online




Navios: há 500 vagas de emprego a bordo


Por Coluna NilCultura

“Ah, se eu fosse marinheiro…”. A vida em alto-mar virou tema de música e não foi à toa. As surpresas e as especificidades da rotina encantam curiosos por todo o mundo. Quem sempre sonhou descobrir o que faria se vivesse seus dias a bordo tem, agora, boas chances para isso. A empresa de seleção e recrutamento Infinity Brasil abriu, para o segundo semestre do ano, 500 chances de trabalho em navios de cruzeiros. Um aviso de antemão, porém, é dado aos navegantes antes do embarque: a missão não é fácil.

— Temos chances para fotógrafos, cozinheiros, recepcionistas, recreadores infantis, técnicos de som e de luz, operadores de vídeo e vagas de entrada, que são nas áreas de limpeza e governança, e poucas nas áreas de cozinha e bar — explica o gerente da Infinity Brazil, Marcelo Del Bel.

As oportunidades têm pontos positivos, como o salário pago em dólar (de US$ 600 a US$ 1.900) e a chance de conhecer novos lugares. Mas há desafios, além das longas jornadas de trabalho — que chegam a 11 horas por dia — e do confinamento, a distância dos entes queridos pesa.

— Analisamos o perfil psicológico da pessoa para saber se ela está apta — explica José Oscar Padilha, de 33 anos, que foi garçom em navios, e, atualmente, ajuda a escolher tripulantes junto à Infinity.

Ele ainda pondera:

— Hoje, as pessoas ao menos contam com a internet para falar com a família. Na minha época, era complicado.

O EXTRA buscou dicas com a psicóloga Monica Portella sobre como lidar com as condições de trabalho (veja ao lado). Fora o preparo da mente, as oportunidades exigem uma experiência, de seis meses a um ano, na área em que o profissional tenha condições de se comunicar em inglês.

Saiba mais

Inscrição – O cadastro é feito pelo site www.infinitybrazil.com.br.

Entrevistas – As entrevistas do processo seletivo serão feitas via Skype. Após a aprovação, as companhias assinarão contratos de seis a oito meses com os selecionados.

Depoimento – “Foi uma experiencia única. Tive crescimentos pessoal e profissional muito grandes, pois não há ninguém para arrumar sua cabine, deixar seu uniforme pronto. E tem os contatos com pessoas de várias nacionalidades, entre colegas de trabalho e viajantes”, diz José Padilha.

Não é festa – A psicóloga Monica Portella, coordenadora do Instituto Internacional de Psicologia Positiva, afirma que, antes de decidir concorrer às vagas, as pessoas devem ter em mente que trabalhar num navio não é festa. “É trabalho. E não é como qualquer outro. É um ambiente de confinamento. Ou seja, sua casa fica no seu trabalho, e o ritmo é muito pesado”, afirma.

Perfil – “É preciso ser uma pessoa extrovertida, capaz de ficar num ambiente restrito e dividir espaço com outras pessoas. Muitas vezes, os funcionários têm que dividir cabines. E é preciso saber lidar com um alto nível de estresse”, explica a psicóloga.

Para relaxar – “O interessante é que, nas horas de folga, a pessoa realmente consiga relaxar”, diz. Além disso, ela recomenda boas noites de sono, boa alimentação e que brigas no trabalho sejam evitadas.

Choques – Os motivos para divergências vão surgir, mas é importante manter a calma. “Vão existir choques culturais, desde hábitos de higiene e alimentação até costumes religiosos”, diz Monica.

Lembre do prazo – Lembrar o prazo do contrato ajuda a segurar a barra quando a situação parecer insustentável.