Especialistas respondem 10 dúvidas de leitores para ajudá-los em seus empregos no jornal Extra - Site Japeri Online




Especialistas respondem 10 dúvidas de leitores para ajudá-los em seus empregos no jornal Extra


Por Coluna NilCultura

Em tempos de crise, o maior desafio é não ceder ao desânimo. A dica é do coach Renato Pradillas, que recomenda não focar tanto na possibilidade de desemprego e confiar mais em si mesmo, mostrando esforço e proatividade nas suas tarefas. Mas, quando surge algum problema ou uma dúvida sobre como se portar, é melhor saná-la, para não perder muita energia com os problemas. Por isso, no Dia do Trabalhador, o EXTRA publica dez perguntas, enviadas por leitores através de e-mail e Facebook, e as respostas de especialistas em carreira sobre como se manter bem no emprego.

— O maior desafio é não se contaminar com tanta informação política e econômica negativa. Pois a pessoa começa a ter uma produtividade e um foco menores e inicia um processo de autossabotagem, que pode realmente acabar em demissão. Mas, às vezes, ela não seria demitida se não tivesse registrado essa mudança de comportamento — diz Renato.

Segundo ele, é possível até conseguir uma promoção ou um aumento nesta época, com reciclagem, estudo e dedicação. A coach de vida e carreira Cristina Telles concorda e recomenda o que fazer para dar um “up” na vida profissional:

— O trabalhador deve entender como é o mercado para o qual trabalha e dar resultados além do esperado, ser proativo. Identificar seus pontos fortes e fortalecê-los. No momento de crise, qualquer um pode trabalhar mais sua criatividade, competências, habilidade e crescer profissionalmente — avalia.

Confira as perguntas e respostas

P: Sendo a pessoa mais Junior de uma equipe e, de acordo com o senso comum, a mais dispensável, como posso me destacar e mostrar que sou uma peça importante dentro da empresa?

R: Seja uma pessoa proativa, mão na massa, dinâmica, que busca a aprendizagem, que entenda o conceito do negócio da sua empresa e que dê resultados nas suas atividades acima do esperado. Além disso, identifique e melhore os seu pontos fracos e faça dos seus pontos fortes um diferencial competitivo.

Cristina Telles, gerente de Recursos Humanos da Unicarioca

P: Sou atendente e, no meu trabalho, querem que eu lave o banheiro. Mas, além de não ser minha função, tem que ser após o meu horário. E nem pagam hora extra. Vale a pena isso? Posso me recusar ou conversar com meus superiores sobre isso? Bárbara Maria

R: Bárbara, a simples recusa de alguma coisa no ambiente corporativo não é o melhor caminho nunca. Conversar e entender sempre será o melhor caminho. Quando você conversa, você entende tudo sobre aquela questão, podendo formar uma opinião a respeito daquilo muito mais consistente, e talvez você até entenda o quão necessário naquele momento é aquilo que estão te pedindo.Uma conversa transparente e respeitosa é sempre o melhor caminho.

Não pense com imediatismo em desvio de função, pois, lembre-se que em regra, quando o empregado é contratado, ele deverá exercer somente aquela função para o qual foi contratado. No entanto, ao longo do contrato, alterações poderão ocorrer, sendo lícitas.

Um dos requisitos para que se configure o desvio de função é que seja habitual. Novamente insisto, é importante primeiro entender, para depois tomar a decisão. Cada caso é um caso.

Decidir que não quer fazer porque não é sua função é um direito seu, mas ter segurança que sua decisão é a melhor a ser tomada também é muito importante. Ainda cabe-me mencionar que, se o empregado, além de suas funções, exerce outras, ocorre o desvio parcial e o acúmulo de função, mas o contexto precisa ser entendido: É autoritário? É constante? É desrespeitoso? Se não é, uma boa conversa com seu superior é o melhor caminho para a decisão que você tomará.

Thereza Cristina Assunção, especialista em Gestão de Pessoas e RH e coach de vida e carreira

P: Se eu tiver problemas com algum colega de trabalho, devo tentar resolver nossas divergências sozinho ou é melhor envolver nossos gestores logo no início? Anônimo

R: Olá. Bom você se preocupar com isso, pois deixar um problema sem solução no ambiente corporativo pode impactar sua motivação, e/ou o desenvolvimento da sua carreira. Conversar sempre é o melhor a se fazer.

Mas atenção! Decida qual é o melhor momento para conversar com a pessoa. O ideal é que você faça isso de maneira direta, educada e respeitosa. Procure manter o foco na situação e nos fatos, deixe de lado o “disse me disse” e ataques pessoais. Não tente ser dono da razão, saiba também ouvir. Você não precisa concordar ou discordar com o que o outro vai te dizer, mas é importante ouvi-lo.

Muito importante cuidar para não ficar jogando indiretas, isso não resolve nada e as vezes aumenta o problema, e também cuidar para não ficar paranoico ou se vitimar em qualquer coisa que aconteça. Muitas vezes a maior parte das coisas pode estar acontecendo apenas na sua cabeça, ou mesmo sendo amplificada por você.

Depois que estiver seguro que fez o que precisava fazer, seria bom sim, comunicar aos seus superiores que você vem tendo alguma dificuldade de relacionamento, com quem e porquê. Talvez o problema possa ser resolvido de maneira mais eficiente por alguém fora da situação. Mas evite parecer vítima ou exagerado. Atenha-se aos fatos e a conversa que já teve anteriormente com seu colega.

Thereza Cristina Assunção, especialista em Gestão de Pessoas e RH e coach de vida e carreira

P: Fazer hora-extra garante a manutenção do meu trabalho? Severino

R: Severino, fazer hora–extra não garante nem o seu, nem o emprego de ninguém, mas atenção: será que você deve recusar fazer as horas extras, quando solicitadas? Bem, se você quer mostrar que é um funcionário comprometido e está disponível para o negócio de sua empresa quando ela precisa de você, fazer as horas extras contará pontos para sua carreira dentro da companhia, pois não será somente fazer hora extra, será visto como: ”podemos contar com ele”.

Em contrapartida recusar as horas extras pode ser o motivo de algum empregador começar a não gostar de seus resultados e empenho.

Meu conselho, tente fazer um meio termo, como tudo na vida: aceite horas extras, quando puder e principalmente quando for necessário. Não sobrecarregue sua saúde nem prejudique sua família por conta das horas extras, rotineiras, sempre deixando claro ao seu empregador por que recusou as horas extras e quando você está disponível para fazer horas extras sem problemas. Sempre, quanto mais diálogo houver, melhor será para todos.

Seu comprometimento e seu resultado serão os combustíveis para uma boa avaliação do seu desempenho e podem garantir boas avaliações de permanência em seu trabalho.

Thereza Cristina Assunção, especialista em Gestão de Pessoas e RH e coach de vida e carreira

P: Pró-Atividade demais atrapalha no trabalho? Posso parecer chato? Anônimo

R: A pró-atividade é e sempre será uma característica bem vista em uma empresa, pois muitas vezes com a pró-atividade previne-se o surgimento de problemas ou até o agravamento de problemas já existentes. Entendo que a pró-atividade pode vir a incomodar (não atrapalhar) outros membros da equipe quando é praticada com o intuito de acirrar uma competição não salutar, ou seja, da pessoa fazer questão de demonstrar aos demais ou até de gerar um exagero de autopromoção desta sua característica.

Renato Pradillas, partner da SBCoaching

P: Uma amiga minha entrou de férias, por determinação da empresa, e uma profissional foi contratada para assumir a demanda dela, durante este período. Agora, ela acha que será demitida, logo após gozar as férias. O que ela deve fazer, diante desta desconfiança? Natércia Dantas

Ela deve relaxar e aproveitar as férias. Se a decisão pela sua demissão já foi tomada pela empresa, e isso não ocorreu por ela ter saído de férias e sim por circunstâncias anteriores, não é a sua preocupação que vai mudar o destino. Se a demissão não ocorrer, ela vai perceber quanta energia foi gasta durante as férias com preocupações que acabaram não acontecendo.

Renato Pradillas, partner da SBCoaching

P: Discutir política no ambiente de trabalho pode se virar contra mim? Anônimo

R: Como diz o ditado: política, religião e futebol não se discute. Não existe um partido, religião e time de coração certo e/ou errado. Cada indivíduo tem suas preferências que devem ser respeitadas. Na atual conjuntura, o assunto a ser evitado é principalmente política pois os ânimos estão à flor da pele. Ao ter dúvida em relação a discutir estes assuntos no ambiente de trabalho, pergunte-se: Este assunto vai agregar valor à minha performance dentro da empresa e vai me gerar resultado de médio/longo prazo? Se a resposta for não, tome um café rapidinho e volte à sua mesa, o trabalho lhe espera.

Respondido por Renato Pradillas, partner da SBCoaching

P: Meu comportamento no Facebook pode gerar algum problema no meu emprego? Anônimo

R: Hoje, a maioria das empresas monitora o Facebook. Ninguém deve deixar de ser o que é, mas deve entender que terá que assumir as responsabilidades sobre os seus atos. No entanto, “desabafos públicos”, falar mal da empresa na qual se trabalhar, fazer propaganda do concorrente e usar linguagem inapropriada pode colocar o profissional em má situação. Vale lembrar que as mídias sociais são formas de expressão e também uma vitrine e por isso, a importância de se colocar corretamente, sem perder a sua essência.

Soraya Tyba, partner da SBCoaching

P: Em tempos de crise, “puxar o saco” do chefe garante meu emprego? Claudio

R: “Puxar o saco” do chefe não garante o emprego. Hoje as empresas buscam profissionais realmente engajados, que agreguem valor à empresa e se vejam como donos do negócio. Quem “puxa o saco” do chefe não demonstra essas habilidades e portanto, fica sujeito a ser mal interpretado pelos colegas e mesmo pelo próprio chefe.

Soraya Tyba, partner da SBCoaching

P: Prezados, acabei de assumir uma posição de carreira quatro degraus acima da vaga que ocupava, substituindo licença prolongada da gerente titular da vaga, mas estão surgindo oportunidades efetivas de salários intermediários, abaixo da vaga de gerente que ocupo temporariamente hoje, acumulando minha vaga de assistente anterior. O que fazer? Mantenho meu esforço em provar meu valor, correndo o risco de não performar tão bem quanto esperam, por estar realizando dupla função ou devo me esforçar para ocupar a vaga intermediária mencionada acima? Anônimo

R: A questão principal aqui é saber quais os objetivos de carreira. Não existe certo ou errado, mas, sim, quais as metas individuais de cada profissional. Caso o profissional tenha como meta ocupar um cargo de gerência, deve preparar-se para isso, fazendo uma avaliação honesta de suas competências atuais e quais são as necessárias para o cargo que ocupa. Poderá pedir a ajuda de um coach para tal. Se não tem como meta ocupar o cargo de gerência, deve procurar as oportunidades que sejam mais compatíveis com os seus objetivos.

Soraya Tyba, partner da SBCoaching

 Fonte: http://extra.globo.com/emprego/especialistas-respondem-10-duvidas-de-leitores-para-ajuda-los-em-seus-empregos-19207987.html