Esta frase dita pela menor de 16 anos que sofreu um estupro coletivo no Rio de Janeiro é chocante, verdadeira, essencialmente sofrida e mesmo assim, muito provavelmente não chega nem perto da intensidade de emoções terríveis por que esta jovem menina passou ao sofrer um estupro coletivo.

 

A barbárie deste ato coletivo de estupro nos impele a pensar e refletir sobre de onde vem este impulso animal que leva homens teoricamente racionais e também portadores de suas próprias emoções a cometerem esta insanidade.

 

O quê estes homens quiseram provar para eles mesmos? Que são sexualmente “superiores”? Que “dominam” uma relação sexual? Que os “machos” não tem culpa de estuprar pois  são provocados por roupas femininas apertadas e sensuais? Que as mulheres devem ser sempre submissas aos seus “desejos”? Que o sentimento tribal e irracional deve prevalecer sob todos e quaisquer sentimentos  humanos? Que o homem é mais “poderoso” que a mulher? Qualquer explicação – se é que pode haver uma- é pouca e jamais será compreensível pela razão e muito menos pela emoção.

 

Na verdade, este ato  imundo sob o ponto de vista humano só vem a demonstrar o oposto disto tudo. Deixa claro a extrema covardia destes homens, além de sua insegurança afetiva, incapacidade emocional, impotência de caráter, ausência de valores e uma inadmissível submissão às ideias estapafúrdias e monstruosas de outros “homens” hierarquicamente a eles superiores, que os subjugaram e os dominaram em todos os sentidos. Alguém deu a “ideia” e os outros a executaram. Os estupradores estavam seguindo “ordens de comando”? Que raio de “macheza” é essa? Patético e absurdo.

 

Dói na alma da jovem vítima. E também na alma de todos nós. Este estupro coletivo é um ato de violência contra a humanidade. Todos nos sentimos emocionalmente violentados, na medida em que os valores humanísticos em que acreditamos; como amor,  solidariedade e compaixão, para citar alguns,  foram ultrajados de forma intensamente cruel.

 

É importante que todos demonstremos repúdio incessante e constante a indivíduos como estes, que na sua extrema covardia só demonstraram sua incapacidade, insegurança, fraqueza e impotência enquanto seres humanos.

 

Que o sentimento de dor que todos compartilhamos com a jovem menina se transforme em força que nos revigora o caráter e nossos valores mais nobres para que continuemos acreditando na humanidade e no fato de que estes homens receberão a justa punição pelo seu ato indigno, covarde e ignóbil.

 

Se não forem devidamente punidos a alma de todos nós continuará doendo. E a consciência dos que deveriam promover e executar a justiça neste país. Pelo menos assim queremos supor.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/