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“Receite um livro”


Por Coluna NilCultura

Foi lançada, na semana passada, pela Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Itaú Social a campanha “Receite um Livro”.

“Receitar” um livro? Como assim?
Isso mesmo. Exatamente o que o nome sugere. A recomendação, portanto, é que todos os pediatras passem a “receitar” livros para crianças. Vale, inclusive, para os bebês que ainda não nasceram e estão confortáveis nas barrigas das mamães.

Importante saber que esta recomendação, também indicada pela Academia Americana de  Pediatria desde 2014, está cientificamente embasada em descobertas da neurociência. Vamos entender porque é tão importante ler em voz alta para as crianças, inclusive para os bebês.

Os bebês nascem com seus neurônios formados. Mas precisam se conectar. Exatamente como um computador que deve ter todas as suas conexões para funcionar mais agilmente. Estas conexões neuronais ou “neuroplasticidade”, são construídas ao longo do desenvolvimento na primeira infância, desde a concepção até os 6 anos de idade. Importante saber que são  os estímulos afetivos que a criança recebe neste período que promovem intensamente estas conexões. A leitura parental entra neste cenário como uma das atividades que mais fortalecem e promovem, portanto,  a neuroplasticidade.

O bebê já possui a capacidade de escutar dentro do útero materno. Quando a mãe articula palavras ele se coloca na posição de ouvir. Isso significa que vai aprendendo, à sua maneira, a construir significados. Depois que nascem, este processo  continua de forma exuberante e é essencial para seu desenvolvimento cognitivo.

A leitura é fundamental para a aquisição da linguagem, e consequentemente para a memória, estruturação mental de pensamentos, ideias e para a maior clareza de raciocínio.

Mais importante: a leitura, quando executada em um ambiente prazeroso e afetivo, fortalece o vínculo com pais e cuidadores, trazendo inúmeras e incontáveis vantagens para a estruturação da personalidade da criança.

Estimula o pensamento mágico dos pequenos, o que é essencial para o desenvolvimento de sua potencialidade criativa. Além disso, permite que a criança, junto com  pais ou cuidadores, vivencie emoções e sentimentos necessários para a sua estruturação psíquica como medo, angústia, alegria ou prazer.

Vivemos na era dos brinquedos e aparelhos eletrônicos, extremamente valorizados pela sua contemporaneidade tecnológica. Mas NADA do que se inventou  foi capaz de substituir o bom e secular hábito da leitura para crianças.

Simplesmente porque NENHUM brinquedo ou aparelho será capaz de substituir a entonação, a melodia, o carinho, o afeto  ou o calor da voz dos pais, avós ou cuidadores.

Sigam esta receita universal e infalível de sucesso: leiam para seus filhos, todos os dias!

 

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/1.html