Engana-se quem pensou que este cenário refere-se ao SUS. Isto aconteceu nesta última semana nas clínicas privadas, onde todas estas pessoas estão pagando por uma vacina.
Sim, este ano a gripe – especialmente a causada pelo vírus Influenza A (H1N1) – chegou mais cedo espalhando medo e insegurança, já que ninguém está livre de adquirir formas mais graves ou potencialmente fatais desta doença.
Isto fez com que o governo antecipasse a distribuição pública das vacinas para o dia 04 de abril. Muitas dúvidas pairam no ar sobre as vacinas. Vamos esclarecer.
– Quais vacinas existem contra a gripe 2016?
Há duas vacinas disponíveis: a trivalente e a tetravalente (ou quadrivalente). São os seguintes os vírus nelas contidos:
Trivalente: A (H1N1); A (H3N2); Influenza B (subtipo Brisbane)
Tetra ou Quadrivalente: A (H1N1); A (H3N2); 2 vírus Influenza B (subtipos Brisbane e Phuket)
Vejam que o A (H1N1) está contido nas duas.
Estão indicadas para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de 6 meses de idade. Mas atenção: dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetra só pode ser dado para crianças maiores de 3 anos de idade. A Trivalente pode ser dada para todos acima de 6 meses. Crianças de 6 meses a 1 ano tem que tomar duas doses com intervalo de 1 mês.
– A vacina da rede pública é a mesma da rede particular?
Quem determina a composição necessária dos vírus contidos na vacina é a OMS (Organização Mundial de Saúde) que se baseia na maior circulação observada de vírus no hemisfério norte no ano anterior. Em novembro de 2015, a Anvisa endossou a orientação da OMS e a vacina trivalente 2016, que contem os vírus determinados pela OMS, está sendo produzida pelo Instituto Butantan de São Paulo. Importante reiterar que todas estas vacinas – da rede pública ou privada, trivalente ou tetravalente – protegem eficazmente contra os vírus da gripe de 2016.
– Quem tomou a trivalente pode tomar a tetravalente?
Pode, se quiser. Recebe proteção a mais contra um subtipo do vírus Influenza B. Mas deve guardar um intervalo de 1 mês entre as duas doses.
– Quem tomou a vacina em 2015 precisa tomar em 2016?
Sim, pois a vacina tem validade de 1 ano. Além disso, os vírus foram modificados de acordo com a maior incidência dos mesmos.
– E quem tomou a vacina de 2015 este ano, deve tomar também a de 2016?
As duas vacinas (2015 e 2016) conferem proteção contra os vírus A (H1N1) e A (H3N2). Para estes vírus as duas protegem. Porém, a diferença está no influenza B. Portanto, é aconselhável, SIM, tomar a vacina de 2016. Lembrando que deve haver um intervalo de 1 mês entre as duas vacinas.
– Quem pode receber gratuitamente a vacina na rede pública?
Dia 04/04: começa a vacinação gratuita dos profissionais de saúde.
Dia 11/04: podem ser vacinadas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.
Dia 30/04: além dos grupos anteriores, podem receber a vacina puérperas de até 45 dias, detentos, funcionários da rede prisional e indígenas.
– Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Uma média de 2 a 3 semanas.
– Quem está com febre pode tomar a vacina? E quem está tomando antibiótico?
Recomenda-se que as pessoas com febre aguardem a resolução do processo para receber a vacina. Quem está tomando antibiótico deve conversar com seu médico e seguir as orientações específicas para cada um.
– Quais as contraindicações para a vacina?
As pessoas com alergia comprovada e importante ao ovo não devem receber a vacina. Quem está com imunodepressão, natural ou medicamentosa, deve receber orientações específicas do próprio médico.
– Vacina da gripe dá gripe?
NÃO. A vacina é composta por fragmentos dos vírus ou por vírus mortos e por isso não dá gripe. Ocorre que como a vacina é aplicada numa época em que há muitos vírus circulando, as pessoas ficam mesmo mais gripadas. Mas certamente por outros vírus que não os contidos na vacina.
– Quais os principais efeitos colaterais da vacina?
Esta vacina em geral não dá sintomas de desconforto depois. As reações são bastante individuais. Algumas pessoas podem apresentar febre, mal estar e um pouco de dor no local da aplicação.
– Quais outros cuidados que podemos tomar para evitar a gripe?
Nunca é demais lembrar:
1. Lave as mãos com frequência. Superfícies como maçanetas de porta, por exemplo, podem estar contaminadas e as mãos levam os vírus para as mucosas da boca ou dos olhos da pessoa susceptível. Gripe passa, sim, pelas mãos.
2. Ventile os ambientes. Se estiver em transporte público, ônibus, trem ou metrô, abra as janelas. Vale mais sentir frio do que pegar gripe. Lave as mãos assim que chegar em casa.
3. Evite coçar os olhos ou colocar as mãos na boca. Lave as mãos com frequência.
4. Quando tossir, tape a boca com o antebraço e não com as mãos. Lave as mãos com frequência.
5. Tome mais água que o habitual, coma saudável, durma bem e pratique esportes! Mais importante: lave sempre as mãos!