Algumas substâncias são definitivamente polêmicas. Entra ano, sai ano, independentemente do número de novas pesquisas científicas que, acima de quaisquer suspeitas ou interesses econômicos apontem o contrário, muitos se recusam a mudar seus conceitos (ou pré- conceitos) e optam por seguir a fila dos que caem batendo sem nem querer entender o que o conhecimento científico tem a nos dizer. Os adoçantes certamente estão nesta lista “negra”, são rotulados como “vilões” da saúde e responsabilizados por tumores, diabetes, vários tipos de câncer, queda de cabelos e tudo mais o que se desejar falar. Vamos entender o que os trabalhos científicos e entidades acima de quaisquer suspeitas atualmente nos dizem sobre o consumo seguro de adoçantes. Para ajudar a quem quiser refletir sobre o assunto.
Vivemos uma era de contradições: o mundo vive uma verdadeira “epidemia” de obesidade. Consumimos cada vez mais alimentos processados e, no contrapasso, o excesso de peso é antagônico ao modelo de beleza estética desejado por todos. Difícil situar-se no equilíbrio.
Os adoçantes, ou edulcorantes, tornaram-se uma das formas pelas quais conseguimos consumir uma maior variedade de produtos gostosos sem ingerir calorias em excesso. Estão presentes em sucos, refrigerantes, doces, sorvetes, gelatinas e até no cafezinho diário, por opção própria de quem o utiliza.
Os adoçantes são substâncias que tem um poder edulcorante muito potente. Isso significa que uma pequena quantidade já é suficiente para adoçar os alimentos de forma bastante satisfatória. Por isso é que a quantidade normalmente utilizada de adoçante, para se obter o mesmo sabor doce é muito menor do que a quantidade de açúcar branco. No cafezinho, por exemplo, apenas 3 gotas são suficientes.Estudos demonstram que não aumentam o apetite nem provocam ganho de peso. Apenas adoçam. São produtos químicos? Sim. Como tantos outros que normalmente consumimos no dia a dia.
Fazem mal à saúde? Foram e continuam sendo exaustivamente estudados. Por todas as razões e interesses. E o que os estudos apontaram? Especialistas no assunto, de instituições insuspeitas como o FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos, do JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives) e do NCI (National Cancer Institute) dos Estados Unidos chegaram à conclusão de que os edulcorantes não causam câncer ou qualquer outro efeito adverso à saúde.
Estas instituições estabeleceram, para cada adoçante, a IDA, isto é, a Ingestão Diária Aceitável, que é quantidade que se pode ingerir por dia com segurança e sem efeitos deletérios à saúde. A IDA do aspartame, por exemplo, é de 50 mg/kg de peso ao dia. Isso quer dizer que uma pessoa de 70 kg pode consumir com segurança até 3500 mg por dia. Isso é muito. Vamos fazer contas: considerando que um refrigerante adoçado com aspartame tem, em média, 40 mg de aspartame por 350 ml ( 1 lata), significa que este adulto de 70 kg poderia tomar até 80 latas por dia! Ou até 100 sachês de adoçante de mesa por dia, levando em conta os que tem 35 mg de aspartame por sachê. Lembrando que o aspartame tem um poder edulcorante 150 a 200 vezes maior que o açúcar, fica fácil imaginar que é muito difícil ultrapassar a IDA.
Leia os rótulos dos produtos, e faça suas contas. A IDA da sacarose é de 5 mg/kg, a da sucralose de 15 mg/kg e a do acesulfame de potássio de 15 mg/kg/dia. Estes são alguns dados. Informe-se mais, continuamente e forme, com robustez, seriedade e consistência científica, sua opinião.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/post/adocante-faz-mal-para-saude.html