O Ministério da Saúde decretou um alerta de emergência na semana passada, por conta do aumento do número de casos de bebês que nasceram com microcefalia em vários estados do Nordeste do Brasil: Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba e Sergipe. Só em Pernambuco, para se ter um exemplo, o número de casos aumentou de uma média de 9 para 141. Por esta razão fala-se em um “surto” de microcefalia.
O que é a microcefalia?
É uma rara condição em que o crânio não cresce adequadamente dentro do útero. Com isso, o perímetro cefálico, que é medida da circunferência da cabeça do bebê, é menor que 33 cm. Importante notar que esta medida vale para os bebês de termo, isto é, que nasceram com mais de 37 semanas de gestação. Para saber se bebês prematuros têm microcefalia, os valores devem ser avaliados e considerados de acordo com a idade gestacional de cada um.
Quais as causas da microcefalia?
A microcefalia pode ter causas genéticas ou ser consequência do uso de determinadas drogas, álcool ou contato com substâncias tóxicas durante a gestação. Mas pode também ser causada por agentes infecciosos, destacando-se a toxoplasmose ou alguns vírus como o da rubéola, herpes ou o citomegalovírus.
Portanto, a microcefalia pode, sim, ser causada por vírus. Não se sabe ainda a real causa deste recente aumento de casos no Nordeste do Brasil. Porém, levando-se em conta que estes bebês foram concebidos no início do ano, quando estávamos enfrentando uma epidemia de dengue e observando o surgimento de outros vírus com os quais não tínhamos contato nem defesa, como o vírus chikungunya e zika, é bastante plausível imaginar que haja, de fato, uma associação entre estas situações: microcefalia e dengue, zika ou chikungunya. Note-se que várias das mães destas crianças referiram a presença de manchas vermelhas pelo corpo durante a gestação. Além disso, os sintomas destas doenças podem variar bastante, assemelhando-se, inclusive, aos de uma gripe.
Importante lembrar que estes 3 vírus são transmitidos pelo MESMO mosquito: o Aedes aegypti. Portanto, é fundamental que, com a chegada do verão e das chuvas, as pessoas façam o que sabem que devem fazer para evitar a proliferação deste mosquito: evitar acúmulo de água empoçada em casa.
Combater este mosquito é responsabilidade de cada um de nós. EVITEM deixar água acumulada em casa. Isso é essencial para a saúde de todos. Principalmente para a dos pequenos que ainda estão se formando no útero de suas mães.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/1.html